segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Notas de um final de semana sensacional...



Bem, tô vindo aqui uma vez mais no blog não pra falar dos assuntos que trato usualmente, mas, pra falar da minha vida que ultimamente tem andado muito mais colorida e com cores bastante fortes (tudo por causa da moça da foto acima).
Meu final de semana foi perfeito, fiquei a semana toda pensando em como ele seria, o que faria, o falaria, como agiria... mas, final foi tudo maravilhoso.
Dá pra notar que foi um final de semana (domingo, para ser mais exato) de reconciliação, conversa e de matar as saudades de uma pessoa muito amada e especial.
Não tenho palavras pra dizer o que essa mulher representa na minha, visto o grande papel, a natureza especial a mesma tem... é difícil falar sobre sentimentos...
Mas, deixo o registro que estou muito feliz, como há muito não me sentia, contente e sei que tenho um grande desafio pela frente.
No mais, vou ficando por aqui...


domingo, 14 de dezembro de 2008


Muitas vezes durante minha vida me perguntei até onde chegaria a estupidez humana, o quanto a percepção humana poderia ser limitada. Hoje eu vejo que, ironicamente, sou a prova viva da forma como uma pessoa pode reunir as piores qualidades.
A moça acima, é o amor da minha vida, a amo, de verdade, mas, por meio de uma percepção falsa da realidade, fui egoísta, mesquinho, magoei-a e perdi um amor que poderia ser eterno...
Como acredito que nunca é tarde para tentar corrigir os erros (vide o 'conto de natal' de Charles Dickens) estou tentando fazer de tudo para reconquistá-la.
Estou aqui dizendo que fui um idiota, passei por cima de seus sentimentos, mas, não houve um só dia que tenha deixado de pensar em você, que não tenha me arrependido e que nã tenha tido vontade de voltar no tempo e desfazer tudo, tudo, tudo...
Por aqui peço, tenta acreditar em tudo que eu falo, quero muito te fazer feliz, independente de qualquer coisa já que, como você disse, não só as cicatrizes ficaram, você ainda guarda boas lembranças de nós... então vamos, me perdoa por favor e vem ser feliz comigo...

amo você Diara!

sábado, 8 de novembro de 2008

Yes, we can?



Bem, ele foi o assunto da semana, tinha decidido não escrever nada sobre Barack Obama, mas, não resisti à tentação.
Acho que não consegui resistir a esta tentação tanto pela importância do tema quanto pelo estupor que me causou ontem, ao ir ao trabalho e, no caminho do escritório ver aqui em Recife pixações exultando Obama (em geral as pixações sempre descem o 'sarrafo' nos presidentes dos EUA).
Desde o início da campanha Obama foi tratado como um fenômeno (mesmo quando ainda não era candidato oficial). O fenômeno foi tão grande que nunca tinha visto uma eleição dos EUA dar tanto pano para manga na mídia brasileira.
A eleição de Obama é tratada como uma nova fase na democracia dos EUA, uma luz no fim do túnel e outras expressões dramáticas. Tudo bravatas, não considero a eleição de Obama como algo tão significante, os EUA não vão mudar do dia para a noite, não é porque ele foi eleito que a superpotência intervencionista e opressora vai mudar e, por exemplo, vá perdoar as dívidas dos países africanos das quais são credores.
Não considero a eleição de Obama como algo muito diferente da eleição de Clinton ou da eleição de Lula em 1992. Primeiro de tudo, a eleição dele não foi uma vitória da democracia. Tratam o Obama como se fosse um pobre coitado saído do nada que, decidindo num repente candidatar-se ao cargo de presidente dos EUA num golpe de sorte hoje é o homem mais poderoso do mundo (é assim que a imprensa o vem tratando).
Muito pelo contrário, Obama é um americano típico, não teve de lutar contra a pobreza ou algo parecido. A eleição de Obama é fruto de um bom planejamento, reunião de boas propostas, um bom discurso diferente do republicano ouvido por 8 anos e que causou um desastre na única superpotência global e, consequentemente, no resto do mundo.
Claro que ele tem seus méritos, isto não pode ser negado, ele tem uma retórica fantástica, sabe o que o povo americano quer ouvir, sabe atacar os pontos fracos republicanos e sabe explorar bem pontos que são negligenciados por governos anteriores a ele como a questão ambiental, imigração e tentar finalizar uma guerra impopular que aumenta o défict público.
Enfim, como em toda democracia ocidental, Obama venceu não por suas origens ou por seus méritos, ele venceu sim porque teve um melhor planejamento de campanha, o melhor discurso e, priincipalmente, ele tinha muito dinheiro para gastar em campanha.
Obama não vai ser o Jesus do século XXI, muito pelo contrário, ao chegar na casa branca algumas decisões que ele terá de tomar no início do mandato vão decepcionar muitas pessoas, mas, antes de qualquer coisa, não é salutar nutrir expectativas tão grandes e tão boas sobre ele, afinal, antes de qualquer outra coisa ele será o presidente dos EUA.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buena Vista Social Club


Desde 1998 o Buena Vista Social Club me intriga, tanto que sou se fã incondicional e confesso, sem nenhum arrependimento.
O documentário dirigido por Wim Wenders (Paris, Texas) é genial, mostra o cotidiano do projeto musical capitaneado por Ry Cooder.
A idéia foi simples, sem intenções comerciais, mas acabou sendo um grande sucesso. Ry Cooder teve a idéia em 1996 de gravar um disco com alguns dos maiores nomes da música cubana do século XX: Compay Segundo, Ibrahim Ferrer, Ruben Gonzales, Elíades Ochoa, Omara Portuondo.
O projeto, por si só teria sido ótimo mesmo se tivesse dado prejuízo, pois, resgatou do ostracismo grandes artistas de uma Cuba que fervilhava de cultura antes de 1959. Por exemplo, Ferrer, antes ds gravações, trabalhava como engraxate nas ruas de Havana.
Mas, felizmente, o projeto conseguiu alçar os participantes à qualidade de mega astros da constelação musical mundial, mostrando que na Ilha da América Central não existe apenas Fidel e opressão.
Esta semana venho me deliciando com o álbum Live at Carnegie Hall o qual comprei há poucos dias.
Só tenho uma palavra para definir o álbum: SOBERBO! Com uma apresentaçao histórica na maior casa de concertos musicais dos EUA, foi uma mostra de como a arte pode sobjulgar a política e como pode a música cubana - não sem muito trabalho - pôde fazer com que muitas pessoas esquecessem o embargo americano ao país 'comunista'.
O álbum é fantástico, lindas músicas executadas por lindas vozes, não tenho como descrever a beleza de músicas como 20 años cantada por Omara Portuondo, dos gardenias cantada por Ibrahim Ferrer ou Y tu, que as hecho? Cantada pelo meu predileto, Compay Segundo.
deixo a recomendação, vale conferir este álbum - que para mim foi um dos melhores projetos musicais dos anos '90 - belíssimo que mostra como a beleza da arte pode fazer que esqueçamos uma vida toda de sofrimento.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Perdoar sim, esquecer jamais...

É com esta frase do ilustríssimo sociológo alemão Jürgen Habermas que faço a abertura deste post. O mesmo foi modelado após troca de mensagens com Sara, uma amiga de Valência.
É normal que com o passar dos anos movimentos revisionistas tentem estudar novamente certos fatos acontecidos no passado, principalmente quando falamos da história. Todavia, ultimamente temos passados dos limites do revisionismo histórico em muitos pontos.
Atualmente vários países inseriram este revisionismo nas escolas e faculdades. O exemplo mas claro disto é o fato de que na Inglaterra negar o Holocausto judeu deixou de ser crime e na Espanha o revisionismo histórico vem tentando ocultar os acontecimentos de um dos períodos mais negros de sua história, a ditadura franquista (1939-1975).
Dos revisionismos, considero o do Holocausto mais perigoso. Não há nenhuma dúvida que o mesmo tenha acontecido, negar um acontecimento que vitimou milhões de pessoas seria tentar tapar o sol com uma paneira, aliás, uma peneira gigantesca.
Diante do farto material probatório existente sobre o Holocasto (fotografias, depoimentos pessoais, campos de concentração, processos judiciais, imagens) nega-lo seria abrir espaço para que um acontecimento nefasto como este acontecesse novamente.
A importância da lembrança é justamente esta, fazer com que as gerações futuras lembrem-se do Holocausto judeu, do extermínio dos amênios, do apatartheid, da limpeza étinica da Iugoslávia, do extermínio dos indígenas americanos, dos aborígenes australianos e façam o possível e o impossível para que fatos negros, que fazem o ser humano envergonhar-se de si mesmo nunca mais se repitam, em nenhuma hipótese.
O revisionismo vem ganhando tanta força nocenário internacional que até chefes de Estado o tem apoiado (como é o caso do Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã). Na minha modesta opinião, a coroação do revisionismo histórico é o processo de beatificação do Papa Pio XII ter sido aberto pela congregação para a causa dos santos no Vaticano, ou seja, o homem que fechou os olhos da Igreja para o massacre de milhões de judeus pode vir a ser declarado como 'santo' por uma das instituições mais ifluentes do ocidente.
Em suma, o revisinismo não pode triunfar, uma vez mais, perdoar sim, esquecer jamais!

domingo, 5 de outubro de 2008

Constituição Federal, 20 anos

Essa semana é muito significativa para a história jurídico-política do país, esta semana estamos comemorando - seria esta a palavra correta - os 20 anos de nossa atual Constituição.
Ao pensar na nossa Carta Política acho sempre interessante fazer uma reconstrução histórica do processo que plasmou a mesma. A Constituição Federal de 1988 é a oitava da história e a sétima republicana, sendo que, posso classificar a de 1988 como a mais significativa em termos democráticos e de envolvimento da população na época de sua assembléia nacional, isto é muito significativo num país onde os principais fatos políticos passaram despercebidos da grande parte da população que assistiu 'abobalhada' o desenrolar de ações que influenciaram suas vidas escanteadas.
A importância desta nossa Constituição deve-se ao fato de a mesma encerrar um ciclo ditatorial iniciado em 1964 com a tal 'revolução' iniciada pelos militares que se transformou em mais uma das ditaduras sulamericanas financiadas financeira e estruturalmente pelos EUA e pela CIA.
Como o próprio Ulysses Guimarães falou no momento de sua promulgação ao fim dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, aquela era a 'Constituição Cidadã', o 'Documento da Liberdade', todavia, posso afirmar que foi mais uma ótima idéia brasileira que não deu certo.
A Constituição original era um 'espetáculo', um rol muito abrangente de Direitos Fundamentais, o princípio da dignidade da pessoa humana como idéia basilar de nosso ordenamento jurídico foi algo fenomenal, a própria ordenação da parte econômica da Constituição era incrível o que tornava o Brasil materialmente uma social-democracia sem formalmente declará-lo.
Entretanto, em menos de 20 anos, tudo foi destruído.
Não que a administração de Lula não tenha sua parcela de culpa, mas, a administração de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) foi desastrosa em termos constitucionais. O outrora senador que fez um brilhante discurso em 1982 que inciou os debates sobre a necessidade de remoção do 'entulho autoritário' daditadura militar por meio de sucessivas emendas constitucionais retalhou a boa Constituição que não tinha nem 10 anos de vigência.
Das descontruções (não no sentido derridaniano) feitas por FHC encontram-se o 'golpe branco' que foi a Emenda Constitucional da reeleição e, em especial, o desmonte do capital estatal possibilitado pelo Programa de Desestatização da Economia Nacional que promoveu a revogação da Constituição que abordava a ordem econômica (que era um dos destaques mundiais, um primor dos legisladores brasileiros) e possibilitou a venda da Telebrás, Vale do Rio Doce e outros complexos da economia estatal. Inclusive, o projeto de privatização da economia nacional possibilitou o fortalecimento de dois personagens que atualmente estão aparecendo muito na mídia: Daniel Dantas e Gilmar mendes. O primeiro enriqueceu com as privatizações e pode gerenciar alguns fundos de pensão por meio dos contatos de seu grupo financeiro (o Opportunity, nome apropriado, não acham?), quanto ao Gilmar Mendes, na época do projeto o mesmo era Advogado-Geral da União, ou seja, acessor jurídico da Presidência da República, resumo da ópera, Gilmar conseguiu desembaraçar juridicamente o projeto que era alvo de diversas ações no poder judiciário, Gilmar é uma pessoa inteligentíssima e, tendo conseguido desembaraçar o projeto, como recompensa, no fim do mandato de FHC foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Mas, problemas legislativos não são os únicos enfrentados pela nossa Constituição. Há um problema mais grave, desta vez de ordem sociológica que podemos observar em todas as leis em nosso país, mas, em especial em nossa Constituição: a mesma não tem força para impor-se frente a sociedade.
Estes são os grandes desafios da Constituição nos próximos anos, o fortalecimento de sua força normativa e não perder definitivamente o espírito o qual estava revestido em fins da década de 1988: a liberdade, a democracia e a dignidade.


sábado, 27 de setembro de 2008


Algumas vezes gosto de usar o espaço aqui do blog para sugerir alguns discos, pois bem, aí vai... A sugestão de hoje é o disco do Dream Theater, Metropolis Pt2: Scenes From a Memory. Para mim este é um dos cds mais importantes de rock da década de 1990, o Dream Theater ousou muito neste disco ao tentar fazer um álbum conceitual, coisa que poucas bandas até hoje fizeram.
O disco é muito legal, a começar pela capa que, unindo várias imagens forma um rosto, a criatividade começa logo por aí.
As doze faixas do cd contam a tragetória de Nicholas, um cara atormentado que, durante um processo de regressão descobre uma história de sua vida passada que lhe trazia muitos transtornos: ele teve um romance com sua cunhada, fato que levou seu irmão a assassinar os dois em defesa de sua honra.
O cd segue o ritmo ascendente, começa com a sessão de regressão até que, progressivamente, chega-se ao cerne, o romance proibido e o desfecho trágico e a certeza, nas palavras dos próprios membros do Dream Theater - que assinam todas as músicas - que a morte não é o fim, mas apenas uma transição.
Vale a pena conferir!

Direito Humanos?!

O discurso em prol dos direitos humanos aqui no Brasil é o mais variado possível, ele vem crescendo de forma geral desde a década de 1960, mas, sempre suspeito de pessoas que levantam bandeiras ideológicas com muito vigor.
A prova desta minha desconfiança uma vez mais se confirmou esta semana depois que a comissão de anistia do Ministério da Justiça aprovou uma indenização no valor de R$ 99 mil para político, ex-deputado federal e ex-ministro Nilmário Miranda. Será alguma coincidência o fato de ele ser petista e agora finalmente 'compensado' pelos 'sofrimentos' e exílio durante a ditadura?
Há muitas disparidades quanto as 'reparações econômicas' decorrentes da ditudaura. Muitas famílias esperam até hoje, quase 25 anos após o fim do regime militar, indenizações que acabam contemplando os políticos do governo.
Cada dia mais e mais perco a crença nas ideologias, hoje vejo que os 'revolucionários' daquela época estavam mais interessados no poder e na garantia de uma 'boa aposentadoria' do algum alto ideal.

domingo, 14 de setembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

Esse final de semana consegui um tempo para ir ver o filme novo do Fernando Meirelles, Ensaio sobre a cegueira (Blindness: 2008. Brasil, Canadá, Japão) baseado na obra homônima de José Saramago.
Não vou negar que seja um bom filme, contudo, devo fazer algumas reservas sobre ele. De início, para mim o Fernando errou no foco do filme, ele como sempre preocupa-se demais em chocar, em mostrar o lado degenerado da humanidade, não que Saramago seja um idealista, ao contrário, mais do que um realista, ele é um pessimista em relação ao gênero humano, todavia, ensaio sobre a cegueira tem um foco diferente do proposto por Fernando Meirelles.
O livro ensaio sobre a cegueira lançado pelo Nobel de literatura em 1995 tem como foco a importância da racionalidade e da lucidez, na necessidade de manter-se são em momentos nos quais vivemos rodeados de insanidade, ou, nas próprias palavras do autor, "a responsabilidade de ter olhos quando todos os outros já os perderam".
Mas, ao contrário, Meirelles propõe um cenário de trevas onde toda a humanidade desmorona ante a epidemia de uma 'treva branca', onde um aparente cenário de normalidade é quebrado e mostra toda a crueldade e irracionalidade do gênero humano.
O filme, apesar de alguns erros na interpretação da adaptação tem um grande valor, o primeiro filme baseado numa obra de Saramago, a edição de imagens, fotografia e iluminação estão fantásticos no filme, enfim... vale à pena conferir!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008



Olá amigos... voltei finalmente!

Infelizmente não tenho tido muito tempo para postar devido aos compromissos do trabalho e pelo fato de eu ainda estar sem internet no meu apartamento aqui em Recife, mas, nos próximos dias isto mudará!

Ontem fui ao show inclassificáveis do Ney Matogrosso, só posso definir o show desse cara com uma paralavra: fantástico...

É incrível a vitalidade que ele tem, com mais de 60 anos ele tem infinitamente mais fôlego que eu... cantou todas as músicas do cd novo 'inclassificáveis', mas, para mim, o ponto alto do show foi o momento no qual ele cantou a música 'cavaleiro de aruanda', uma ode à Oxossi...

Sem mais palavras para descrever o show... o que me lamenta é que este tenha sido apenas meu primeiro show de Ney...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

1 ano de saudades


Hoje é um dia especialmente triste para mim. Um ano atrás, mais ou menos essa hora meu pai partia deste mundo, desde o primeiro momento que acordei que só penso nisso, foi um período muito doloroso.
Meu pai sempre foi um cara muito duro, casca grossa, mas aos poucos eu descobria a minha forma de gostar dele, era tido por muitos dos meus amigos como uma verdadeira figura e me custou muito aceitar a sua perda.
Quando da partida de alguém que gostamos muito sempre encaramos esta perda como uma injustiça, que aconteceu muito cedo ou que há alguma coisa errada. Prefiro aceitar a tese de minha mãe, que Deus é muito sábio e só quer com ele o que é bom, só traz a pessoa para junto de si quando ela está pronta, num estágio superior. Pensando assim, até me alegra pensar que meu pai se foi porquê Deus o queria mais perto por ele ser uma pessoa boa, preciosa, uma jóia.
Meu pai sempre foi um cara bastante saudável, o mais geração saúde de minha casa, mas, repentinamente, foi diagnosticado com um câncer e se foi um mês após o diagnóstico, quando penso nisso, lembro dos retardados efeitos maléficos do cigarro e o que ele fez a meu pai mesmo após ter parado de fumar há mais de 20 anos.
O que tenho a registrar aqui é minha imensa saudade e saudosismo pelo meu pai, foi difícil nos primeiros dias ao ir pra faculdade e não vê-lo na calçada com seus passarinhos como de costume, mas, o tempo é capaz de fazer todas as feridas sararem e transformar a mais profunda das tristezas na mais bela saudade, a dor passa por eu ter cada dia a certeza que ele está num lugar maravilhoso, sem dor ou sofrimento, longe de todas as preocupações futilidades terrenas, num plano superior com seus entes mais queridos...
Saudades pai...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O que estou lendo


As poucas pessoas que frequentam meu blog sabem que sou uma pessoa aficcionada por leitura, esta é para mim uma das mais valiosas heranças que meus pais me legaram e que pretendo transmitir a meus filhos no futuro.
Confesso que nunca fui muito chegado a biografias, seja lá de quem fosse, entretanto, abri uma exceção ao Eric Clapton, sempre fui fã confesso deste cara desde a primeira vez que ouvi o disco mtv unplugged de 1992 que para mim é uma das obras primas do blues na década de 1990.
Apesar de a tradução não ser lá essa maravilha e o livro poussuir vários erros de edição e de português, isto não impede que seja um ótimo livro com uma leitura muito gostosa.
Eu pensava que sabia bastante ou quase tudo que se poderia saber da vida de um dos meus guitarristas favoritos (foi por causa dele que tentei ser músico, sem sucesso, claro), entretanto, descobri várias coisas novas, a dimensão que pode ter uma amizade, no caso, a amizade ele e o Beatle George Harisson (que por coincidência é meu beatle favorito também), de quem, apesar da esposa roubada, a amizade persistiu e durou até a morte do último.
Ao saber mais a fundo da vida de um dos maiores e mais populares músicos do século XX é que descobri o porquê de Clapton sempre apresentar um semblante tão triste e que é possível reconstruir a vida independentemente do que venha a acontecer e, como a orelha do livro mesmo diz, ele é antes de tudo, um sobrevivente.
Só sabendo a fundo da sua real história de vida pude ver a sensibilidade deste homem que, tão bem como os mestres do Mississipi no início do século XX, sabe transformar a dor em beleza e os sentimentos mais íntimos em harmonia.
Recomendo a leitura, vale à pena...

Retorno

Gente, finalmente pude voltar hehehehe passei uma semana em Recife conhecendo o escritório onde irei trabalhar a partir da semana que vem e aproveitando pra fazer já alguns trabalhos e quando voltei, o pc tava quebrado e só foi consertado hoje, mas, tudo bem.
Semana passada vivenciei uma das experiências mais fantásticas da minha vida. Realizei a tão esperada defesa da minha monografia, uma expectativa que vinha sendo alimentada desde 2005 e um trabalho que vinha escrevendo desde novembro do ano passado. Durante a semana fiquei um pouco nervoso, ansioso, tive até que tomar uns calmantes por causa da ansiedade.
Na hora da defesa, tudo correu bem, contava com o apoio da minha família e dos amigos, então, o resultado não poderia ser melhor... nota máxima! Foi a primeira vez que me orgulhei em ter tirado um dez em toda minha vida. Segui-se a comemoração... não palavras para descrever como foi aquele dia.
Quero agradecer a todas as pessoas que ajudaram para que eu cumprisse mais esta tarefa e esta vitória foi especialmente dedicada ao pai que perdi um ano atrás, mas, sempre total e completo apoio para meus estudos e a minha mãe, sem a qual não seria nem a metade de quem sou, ao Grande mestre Agassiz que foi meu guia desde a primeira aula e me deu completo apoio e a todas as outras pessoas que me ajudaram durante estes 5 anos...
É muito gostosa essa sensação de dever cumprido!!!!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Gente, estou pedindo descupas, tô meio sem tempo pra postar... muito trabalho, quando voltar de Recife no final de semana volto com as postagens regulares...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Inclusão

Inclusão, seja ela de qualquer tipo, sempre foi um tema que muito me preocupou, nos últimos dois anos em especial.
Nossa sociedade é um tipo muito cruel de organização, qualquer motivo é usado para promover a exclusão: cor da pele, idade, escolaridade, físico dentre outros. Isto não deveria acontecer...
Imagine uma situação hipotética extremamente ridícula... suponhamos que ao invés de uma forma humanóide nós fossemos bolhas cinzas parecidas com os fantasmas de desenhos animados, todos os habitantes do planeta seriam totalmente iguais sem nenhum diferença exterior, entretanto, ainda seríamos essencialmente diferentes. O que nos torna diferentes uns dos outros não é o exterior, a forma, e sim o interior, conteúdo isto é o que nos torna as pessoas diferentes e ao mesmo tempo aproximam a mesmas. Acho fascinante o fato de uma pessoa intelectual poder ser amiga de um simplório vendedor ambulante, um vascaíno poder ser amigo de uma pessoa que é ao mesmo tempo flamenguista, aí que está a beleza da vida, a capacidade de as diferenças serem conciliadas.
Atualmente vemos políticas de todos os tipos com o fim de promover integração entre as diferentes partes da sociedade. Apesar de algumas vezes estas políticas estarem bem intencionadas, acabam caindo na mais pura demagogia.
Apenas dar dinheiro todo mês a uma pessoa pobre resolve o problema da concentração de renda? Apenas estabelecer uma cota para ingresso de negros nas universidades resolve o problema discriminação? Obrigar a reserva de vagas em concursos públicos resolve o problema da discriminação contra os deficientes? Acredito que não.
O grande problema da exclusão/ inclusão é que as pessoas não param para pensar que mesmo que pessoa não tenha braços, não tenha pernas, não ande, tenha a pele escura, seja pobre ou seja idosa não a torna necessariamente diferente do resto das pessoas que têm o exterior um pouco diferente.
Por acaso estas pessoas ditas como 'diferentes' não sentem dor? Se presenteadas elas não irão gostar? Se elogiadas não não se sentirão bem? Se ferias elas não sangrarão? Então, porquê taxá-las como diferentes se na realidade somos todos iguais?
No momento em que todos perceberam que as limitações ou diferenças não importam muito e que na essência todos são pessoas e todos são iguais acabarão estas barreiras tão grandes que existem atualmente dentro da sociedade entre 'inclusos' e 'exclusos'.

Violência contra a mulher...

Li essa notícia no blog do Eduardo Rabenhorst (http://modosdedizeromundo.blogspot.com)


Juiz determina que Rosângela vá a Júri Popular

Caso Rosângela – Um pouco da história

Em junho de 2006, a funcionária Rosângela Souza da Silva, 39 anos, residente na comunidade do bairro Jardim Veneza, em João Pessoa - PB, foi vitima de violência doméstica e familiar contra a mulher, torturada durante cinco horas pelo marido e presa, sob acusação de porte ilegal de arma e tentativa de homicídio (Arts. 114 e 121, do Código Penal).


Durante 20 anos, Rosângela sofreu violência de seu marido, cabo da Polícia Militar do Estado da Paraíba. Ao longo desse tempo, nasceram quatro filhos. Quando a violência chegou ao limite do insuportável, ela finalmente conseguiu se separar. Voltou a estudar e trabalhar.. Depois de 02 anos e 6 meses da separação, o ex-marido se reaproximou de Rosângela, apresentando-se como arrependido, querendo reatar o casamento, prometendo vida nova.

Ela aceitou e eles voltaram a morarem juntos. Mas, depois de 04 meses, no sábado, 17 de junho de 2006, a mascara do Cabo Galdino caiu. Após voltarem de uma festa com colegas de trabalho de Rosângela, por volta das 24 horas, ele perguntava o tempo todo, sobre possíveis ex-namorados de Rosângela, no período de sua separação. Como Rosângela não fez nenhuma confirmação, ele a amarrou no banco de trás do carro e começou a lhe torturar durante horas. Ao chegarem na porta de casa, Cabo Galdino não deixou que ela saísse do carro, antes de entrarem em casa, ele rasgou seu vestido com um canivete e começou a surra-la. Enquanto batia, o agressor dizia a vitima que seu corpo não ficaria com marcas porque ele sabia o que estava fazendo e que não apareceriam no resultado do exame de corpo delito. Foi espancada, humilhada e teve as mãos e pernas amarradas. Ele engatilhou e colocou o revolver em sua boca, ameaçando atirar a qualquer momento. Horas de pânico que não se apagarão nunca da memória dessa mulher.


Não se dando por satisfeito, seguiu no carro, em direção ao Bairro das Indústrias, com Rosângela amarrada, espancada e nua, em busca da casa do possível ex-namorado. No momento em que parou em frente da casa de um dos amigos de Rosângela, querendo informações, ela conseguiu se desamarrar, pegou o revólver que estava no banco de traz e apontou a arma para ele, pedindo para ele parar com aquela cena. Como ele continuou, ela saiu do carro, apontando a arma. Ele conseguiu chegar perto dela, deu-lhe uma rasteira a arma disparou. A partir dos fatos, Cabo Galdino inverteu a situação, chamou seus colegas policiais, que ao chegaram ao local, presenciaram a cena – uma mulher nua, espancada e um homem com o seu revólver na mão, apontando em sua direção. Foram conduzidos para a Central de Polícia de João Pessoa, lá ele afirmou que tinha sido vitima de tentativa de homicídio por parte dela, sem contar os verdadeiros fatos acontecidos naquela noite. Rosângela foi presa em flagrante, sob alegação de tentativa de homicídio, chegando a passar três dias no Presídio Feminino. Na época a Lei Maria da Penha não se encontrava em vigor.


Da situação atual


O processo tramitou durante esse tempo, Rosângela foi denunciada por tentativa de homicídio e recentemente, o juiz deu a sentença de pronúncia, para que o caso vá a júri popular.

A advogada que acompanham o caso, Grégoria Benário e advogado colaborador José Vandalberto de Carvalho, recorreram da decisão de pronúncia. O processo se encontra no Tribunal de Justiça da Paraíba, aguardando decisão do recurso.


OBS:

Durante o período de convivência com o Cabo Galdino, Rosângela denunciou à polícia as agressões que sofria do marido, por três vezes e nada foi feito.

Ficam algumas questões:


- Como, uma mulher que foi vitima de violência durante tantos anos, pode, da noite para o dia, virar uma ré?

- Como, pode ser culpada, uma mulher que viveu uma sucessão de violações dos seus direitos humanos?

- Como, penalizar, uma mulher que viveu sendo penalizada por muitos anos, dentro de um interminável ciclo de violência doméstica e familiar?

- Será que a impunidade que protege os agressores é ainda mais cruel quando estes são policiais?


Pedido de Apoio


A Coordenadoria de Políticas para as Mulheres da Prefeitura, vem se reunindo com o Movimento de Mulheres da Paraíba, para apoiar Rosângela e fortalecer a luta pelo enfrentamento a violência, por justiça e pelos direitos humanos das Mulheres.

Nesse sentido se faz necessário algumas ações urgentes para acompanhar os passos do processo, em dois campos de atuação:


Junto ao Tribunal de justiça – todas as entidades deverão enviar individualmente e urgentemente, mensagens (cartas, e-mail, com cópia para cppm@joaopessoa.pb.gov.br ; gregoriab@ig.com.br ; gbenario@hotmail.com) solicitando anulação da sentença de pronúncia do juiz, no endereço a seguir;


Mensagens/correspondências/ e-mail, para:


Tribunal de Justiça da Paraíba

Presidente- Desembargador – Antônio de Pádua Lima Montenegro

Relator da Câmara Criminal – Antônio Carlos Coelho da Franca

Endereço:

Praça João Pessoa, s/n - CEP 58013-902 - João Pessoa (PB) - PABX: (83) 3216 -1400. Ação Penal Pública Incondicionada
Nº. do Processo: 200.2006.026.551-5
Juiz de Direito: José Aurélio da Cruz
Endereço Eletrônico: http://www.tjpb.jus.br/

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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Estigmas

Algumas vezes o Congresso Nacional nos faz surpresas boas para variar um pouco, hoje ao chegar em casa e conferir algumas notícias vi que o congresso aprovou dois projetos de lei bem interessantes e foram encaminhados à sanção presidencial que está prevista para ser feita ainda este mês.
O primeiro projeto fala do fim do protesto por novo júri, uma importante modificação na sistemática da instituição do tribunal do júri que acabou com o chamado protesto por novo júri. Toda vez que um acusado de crime doloso contra a vida ia à júri e era condenado a mais de 20 anos a defesa poderia interpor um recurso chamado 'protesto por no júri' ficando aquele anulado e remarcado um novo julgamento com jurados diferentes. Após a sanção presidencial episódios como o ocorrido no Pará semana passada - a absolvição do fazendeiro Vitalmino Bastos depois de um protesto por novo júri do crime de ser mandante do assassinato da missionária americana Dorothy Stang.
Mas, a meu ver há uma verdadeira afronta à dignidade humana e o direito de ir e vir já cometidos neste país que é a autorização do uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar os apenados que conquistaram por meio da progressão de regime o direito de passar o dia fora do presídio.
O relator da matéria, deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA), disse que o monitoramento vai ajudar no processo de reintegração do condenado à sociedade, "uma vez que o equipamento permite ao monitorado manter atividades como trabalho, estudo e contato com seus familiares".
Discordo totalmente desta idéia, como um estigma como este vai proporcionar maior integração com a sociedade? Se apenas dizer que se é um ex-presidiário já causa certa rejeição a quem escuta, imagine ver alguém a seu lado que usa uma destas tornozeleiras? Como bem disse o prof. Jacinto Miranda Coutinho ao responder minha pergunta num congresso: "já não basta a perda de dignidade, cidadania e outras coisas a qual o apenado é infringido na prisão, depois que ele deixa aquele lugar ainda querem seguir seus passos? Já que é pra fazer isso, melhor do que uma tornozeleira seria escrever na testa de cada presidiário 'assassino', 'ladrão', 'estuprador' ou até mesmo marcar isso com uma letra escarlate".
Acho tudo isto inaceitável. Tá certo que nosso sistema penal não é um dos melhores e não promove reeducação ou reintegração com a sociedade, mas, como sempre tem-se o hábito de no Brasil se atacar o frutos envenenados ao invés de cortar a árvore pela raiz que continua produzir frutos ruins e envenenar toda a sociedade.
É nesta hora que pergunto, infringir mais um estigma a estas pessoas que perderam a dignidade quase que por completo seria mesmo necessário ou apenas está se querendo dar um 'bônus' punitivo a estas pessoas?

domingo, 11 de maio de 2008

Notícia interessante...

Professora é condenada a pagar R$ 7.000 de indenização a ex-marido traído


A 1ª Turma Recursal do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) condenou uma mulher a pagar R$ 7.000 de indenização por danos morais ao ex-marido. Ela foi flagrada tendo relações sexuais com outro homem, na residência e na cama do casal. Não cabe mais recurso da decisão.

A Turma Recursal reformou sentença do juiz do 1º Juizado Especial Cível de Planaltina e reduziu a indenização, inicialmente fixada em R$ 14 mil.

O autor da ação impetrou o pedido de indenização após a homologação da separação litigiosa pela vara de família competente. Na época do litígio, ficou comprovada a culpa da esposa que, segundo a sentença homologatória, “incorreu em quebra do dever de fidelidade, previsto no artigo 1.566 do Código Civil”.

Insatisfeita com a condenação, a mulher entrou com recurso na 1ª Turma Recursal, alegando a incompetência do juizado para julgar o pedido, o fato de já ter sido apenada com a perda do direito à pensão alimentícia à época da separação e não possuir condições financeiras para arcar com o exagerado valor estabelecido pelo juiz a título de indenização.

Em resposta à contestação, os julgadores do recurso foram unânimes em confirmar tanto a competência do juizado para julgar o pedido quanto o dever de indenizar da ex-esposa. No entanto, por maioria de votos, decidiram que o valor determinado pelo juiz deveria ser reduzido, por conta da condição financeira da ré, que é professora contratada.

Segundo o acórdão da Turma, “a possibilidade de haver indenização deriva de mandamento constitucional que diz ser inviolável a honra das pessoas, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano moral decorrente de sua violação (Artigo 5º,X, CF).

Para o relator do recurso, “o caso em questão não versa sobre uma mera negligência da relação de casamento que poderia ficar limitada à vara de família, mas sim a uma situação fática que colocou o autor da ação em uma delicada situação de exposição.”

Ainda de acordo com o voto do relator, “a infidelidade sozinha não gera nenhuma causa de indenizar, pois pode ser tratada como um vexame pessoal que, quando muito, provoca o desencanto no final de um relacionamento amoroso. Todavia, por exceção, como nesse caso concreto, quando a situação adúltera causa grave humilhação e exposição do outro cônjuge, aí sim, a responsabilidade civil tem vez.”

Desde março de 2005, a Lei 11.106 alterou diversos dispositivos do Código Penal Brasileiro. Dentre as mudanças, houve a descriminalização do adultério, antes considerado crime com previsão de pena de 15 dias a seis meses de detenção.

Biocombustíveis


Como visto nesta foto, a 'onda amarela' invade a Europa, em vários países vários agricultores estão deixando de plantar alimentos para plantar Canola e com subsídios do governo. A canola é um vegetal do qual pode-se extrair óleo com propriedades energéticas, ou seja, um biocombustível tal qual a cana de açúcar, por este motivo vários países europeus estão começando a incentivar os produtores rurais a plantar canola em detrimento do trigo ou de outros alimentos, só eles não querem ver que este é um dos motivos da crise de oferta e alta do preço de alimentos e como os países da 'grande' Europa não costumam admitir os erros que cometem, trataram de achar um bode expiatório, seja ele o nosso biocombustível.
O biocombustível europeu é muito mais danoso que o brasileiro. Aqui não incentivos governamentais extras para que se plante cana, canola, mamona ou qualquer outro vegetal com fins energéticos ao contrário do que acontece na União Européia, a França (um dos maiores produtores rurais do continente) vem pagando quase 1000 Euros por hectare cultivado de canola além do preço da produção que parcialmente ou totalmente comprada pelo governo, outra prática danosa aos alimentos é a políticas de alguns países que pagam para os agricultores deixarem a terra ociosa, ou seja, onde anos atrás onde platanva-se trigo e outras espécies de alimento na Europa atualmente planta-se canola ou não se planta nada.
Ao contrário, aqui no Brasil, a produção de alta produtividade (agrobusiness) e até mesmo a agricultura de menor porte sempre foi incentivada, nunca houve incentivos para ociosidade agrícola, ao contrário, as terras ociosas são monitoradas pelo INCRA para sua possível destinação à reforma agrária, pela alta competitividade dos produtos agrícolas cultivados aqui nunca precisamos impor subsídios ou barreiras protecionistas tal como fazem EUA ou União Européia.
Como se falar de livre comércio se os maiores defensores deste tal livre comércio são os maiores criadores de barreiras alfandegárias e criadores de subsídios para barrar a entrada de produtos estrangeiros em seus mercados? É um discurso pra lá de demagógico.
É aí que situo o miolo da crise de alimentos, na práticas protecionistas e barreiras alfandegárias dos países ricos (EUA, Canadá e União Européia) e o incentivo à produção de combustível para carro ao invés de produzir alimento que começa a ficar muito caro e não é todo mundo que ganha US$ 40 mil anuais como os habitantes dos países da UE, nesta crise em nome do biocombustível quem acaba prejudicado são os africanos que não dispõem de meios modernos da agricultura européia, nem a alta produtividade da agricultura brasileira e voltam a ser assolados pelo fantasma da fome.
Para mim, esta é a crise do orgulho europeu que não pode conceber produzir alimentos e depender do biocombustível de uma 'ex-colônia' ou crise da coragem em derrubar as proteções e subsídios aos agricultores europeus que com a crise alimentar nunca lucraram tanto.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Israel 60 anos


Este mês comemora-se os sessenta anos da fundação do Estado de Israel, a história deste país desde sua fundação envolve diversas controvérsias, disputas e guerras. Sua criação em 14 de maio de 1948 por uma resolução da assembléia geral das nações unidas deu origem ao conflito árabe-israelense que perdura até a atualidade que é um conflito direto entre a OLP, autoridade palestina, Fatah e Hammas contra o governo israelense.
Após o holocausto judeu na II Guerra Mundial (1939-1945) a recém-criada ONU achou por bem, como uma espécie de compensação, dar ao povo judeu um Estado já que eram apátridas desde o ano 70 d.C de onde data a Diáspora judaica após a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos.
Simultaneamente à demarcação dos territórios judeus, a ONU demarca também territórios para a criação de um Estado árabe e sendo que a cidade de Jerusalém, sagrada para as três grandes religiões monoteístas do globo (judaísmo, cristianismo e islamismo) seria uma área internacionalizada. Após a criação do Estado judeu iniciou-se uma guerra já que os países árabes que rodeavam Israel eram contra a criação do Estado judeu na região.
Após a decretação da criação pela ONU vários países árabes atacaram Israel, ataque esse condenado pelos EUA, URSS e ONU. terminado o conflito Israel acabou ocupando mais da metade do território que originalmente seria destinado à criação do Estado árabe.
Após esta primeira guerra outras seguiram-se (Guerra dos seis dias, guerra do Yom Kippur) sempre com a intenção de Israel em aumentar seus domínios, o conflito vem a se intensificar entre o governo e a autoridade Palestina na figura de Yasser Arafat que na busca pela construção de um Estado judeu profere em 1974 um magistral discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas no qual afirma "tenho uma flor na mão direita e uma arma na mão esquerda, depende de vocês que esta flor não caia".
Ironicamente, apesar de Israel muito ter lutado pela formação e consolidação do Estado judeu, ela sufoca e reprime os árabes que apenas fazem as mesmas práticas perpetradas por eles contra os britânicos no início do século passado em busca da liberdade de construir seu próprio país, fato que deveria ter acontecido sessenta anos atrás.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vida e morte

Sempre considerei a vida e a morte dois dos maiores temas da humanidade no curso da história. Acredito que desde que 'o homem é homem' ele tenta driblar a morte, observa-se esta pretensão do homem desde a época do antigo Egito, o próprio homem como ser cultural tentou imortalizar-se no correr dos séculos por meio de seus feitos, suas obras, a própria história para mim é tentativa do homem em perpertuar-se no tempo e fazer com que os grandes fatos construídos pelos homens não fossem esquecidos. O próprio Freud (1856-1939) afirmava que o ser humano ao procriar tenta uma vez mais driblar a morte e alcançar a imortalidade pois o filho nascido carrega um pedaço de si que persistirá após sua morte e será transferido a seus descendentes e assim por diante.
A morte foi um assunto que sempre evitei durante toda minha vida, mas, acredito que a morte de meu pai ano passado de certa forma me fez abrir os os olhos para a realidade inegável e implacável da morte. Não que eu acreditasse numa provável imortalidade de minha pessoa, entretanto via morte como algo distante, que me atingia pouco já que nos últimos anos poucas pessoas de minha família haviam morrido até que num piscar de olhos meu pai se foi vitimado por um câncer.
A partir do momento que meu pai 'partiu' comecei a ver a vida de outra forma, da importância de certos atos, de certas palavras, mas, ao mesmo tempo algumas vezes pensava na morte como uma injustiça, porquê algumas pessoa vão-se tão cedo? Meu pai não chegou a conhecer os netos, não viu os três filhos formados e deixou de ver muita coisa nesta vida, acho que esta revolta velada em parte deve-se após ver o estado de meu avô (pai do meu pai), refleti sobre a injustiça de um pai ter de sepultar um filho, automaticamente relembrei-me de uma passagem de 'O Senhor dos Anéis', um de meus livros favoritos, a passagem é quando o rei de Rohan, Theoden sepulta seu filho e fala a Gandalf da seguinte forma: "que mundo obscuro é este onde os velhos ficam e os jovens partem?'.
Mas, não estou aqui para falar especificamente da morte de meu pai só que a situação vivida por mim esta semana me fez em muito relembrar o que vivi quase um ano atrás. Um colega dele, cerca de uma semana atrás, submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de um tumor, tudo indicava que a cirurgia seria um sucesso mas no final de semana passado ele voltou à UTI e ontem entrou em coma e provavelmente não voltará segundo os médicos.
Isto (re)abriu em mim uma intensa reflexão sobre a fugacidade da vida, sobre nossa missão aqui na terra e sobre o amor. Sempre que penso nisso vejo que a vida é muito curta para desperdiçarmos com coisas fúteis como pretender ser grande aos olhos da sociedade, ser rico, ser poderoso. A vida é um dom muito precioso para ser desperdiçado de uma forma tão imbecil como esta, depois de tudo que se passou comigo e com a minha família vi que a nossa verdadeira missão neste mundo é trazer felicidade a alguém e amar da forma mais intensa o quanto possível. Fecho este post com o fragmento de uma música do Dream Theater (a change of seasons): "colha os seus botões de rosa enquanto você pode, o velho tempo ainda está voando; e esta mesma flor que sorri, amanhã estará morrendo".

terça-feira, 6 de maio de 2008

Blues




Ah, o blues... este é um dos meus ritmos musicais prediletos, em geral sou um fã de música negra, mas, o é o que mais me prende a atenção, não sei é pela habilidade dos musicos ou pela sua raiz histórica.
O blues é um ritmo tipicamente estadunidense nascido realmente em fins do século XIX devido a fusão das Work Songs (canções de trabalho) cantadas pelos escravos nas plantações de algodão no Mississipi, Alabama, Lousiana e Georgia com os hinos gospels cantados nas igrejas em louvor a Deus.
O blues para mim é muito peculiar, é uma das poucas artes que consegue transformar a tristeza - blue em inglês é literalmente tristeza - em beleza seja esta tristeza vindo de um coração partido, de desilusão com a vida ou até mesmo uma tristeza sem sentido.
O blues começou a ser difundido como música em fins do século XIX após o fim da guerra civil, era uma música que retratava o espírito da população afro-americana dos EUA naquela época. No início do XX o ritmo começa a ganhar uma maior notoriedade, data de 1903 o aparecimento do primeiro blues que se tem notícia St. Louis Blues, entretanto, o blues é geralmente interpretado como uma evolução musical do que o surgimento de uma música propriamente dita.
Em meados da década de 1920 o blues começa a produzir seus grandes nomes da primeira fase (fase acústica ou delta blues): Son House, Willie Brown, Leroy Carr, Bo Carter, Silvester Weaver, Blind Willie Johnson e Tommy Johnson. Porém é na década de 1930 que surge aquele que até hoje é considerado o maior bluesman de todos os tempos, Robert Johnson (1911-1938). Apesar de Johnson ter gravado apenas 29 músicas, estas são os maiores clássicos do blues de todos os tempos como Sweet Home Chicago, Crossroads, entre outros. Várias histórias rondam a vida de Robert Johnson. Reza a lenda que ele fez um pacto com o diabo para ser o maior guitarrista de blues da história, o fato dele ter passado seis meses desparecido colaboraram para alimentar o mito e Johnson não fazia força para desmentir os boatos e a morte dele também colaborou para o aumento do mito, ele morreu envenenado por um marido ciumento, uma dose de uísque envenenada para aprender a não mexer com a mulher dos outros, a dor o fez morrer de quatro pés o que contribuiu para aumetar a versão que este teria sido o preço cobrado pelo 'chifrudo' pelo pacto, este história deu igem ao filme 'A encruzilhada' (1989).
A década de 1940 marca uma renovação no blues, uma intensa migração do delta do Mississipi para a 'cidade dos ventos', Chicago, esta migração marca também a mudançado blues acústico do delta blues para o blues altamente eletrificado conhecido com blues de Chicago, esta fase é representada principalmente por Muddy Waters, B. B. King, John Lee Hooker e Buddy Guy. O vídeo postado acima é de uma dos maiores ícones desta fase, Albert King, esta é também das minhas músicas favoritas e na minha opinião incorpora bem o espírito do blues, Born Under a Bad Sign incorpora o espírito melancólico do blues com as lamentações de dizer que nasceu sob um mal sinal e a única sorte que ele teria seria a falta dela.
O blues de Chicago representou uma grande influência no nascente rock inglês (e americano também), Eric Clapton, os Rolling Stones, Jimi Hendrix, Led Zeppelin sendo estes as maiores figuras do rock inglês tinham uma verdadeira devoção pelo blues de Chicago, especialmente pelo Muddy Waters. Alguns chegaram até a regravar clássicos dos bluesmen de Chicago.
O apogeu do rock na década de 1970 marca certa decadência no blues apesar da imensa influência, reconhecida por alguns dos mais influente 'rockeiros' como Jimi Hendrix que em sua curata carreira fez 'jam sessions' com B.B. King e Albert King, e dos bons frutos colhidos na década de 1960. Ainda hoje muitas pessoas que gostam de rock não percebem que o blues é uma espécie de 'pai do rock'.
Depois de amargar um pouco de esquecimento durante a década de 1970 e ter perdido espaço para a disco music, o blues faz mais um retorno desta vez personificado na figura de Stevie Ray Vaughan, seus sucessos como Texas Flood fazem todo um ritmo renascer de uma forma diferente, a fusão do ritmo de Chicago com uma veia texana dançante e o visual de cowboy deram uma roupagem nova ao ritmo que já beirava os 100 anos. Este renascimento levou ao ressurgimento de figuras há muito esquecidas como B.B. King, Eric Clapton e Muddy Waters que nesta época gravaram ótimos discos e fizeram parcerias com a nova geração. O último show do próprio Stevie Ray foi magistral, na tarde de 26 de agosto de 1990 tinha se apresentado com irmão Jimmie, Eric Clapton, Buddy Guy e Robert Cray e executaram de forma antológica Sweet Home Chicago do Robert Johnson.
A década de 1990 foi reveladora para o blues, meninos brancos de classe média provaram que não é preciso ser sofredor e iletrado para fazer blues de qualidade, B.B. King consolida seu nome como maior bluesman vivo fazendo performances magistrais e mostrando vitalidade mesmo beirando os oitenta anos.
Em 2000 Eric Clapton grava riding with the king em parceria com B.B. King e achando pouco grava em 2004 um disco em homenagem a Robert Johnson só com músicas deste chamado me and the mr. Johnson onde ele mostra toda a influência que os discos velhos que seu avô tinha de Robert Johnson representou para ele.
Já disse que é um dos meus estilos musicais favoritos, enquanto o ser humano puder e tiver vontade de mostrar seus sentimentos com uma guitarra falando sobre sua tristeza, sua alegria e o amor de uma forma melancólica ainda vai existir o blues.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lula 3?


Ultimamente tem-se comentado muito sobre um tal 'terceiro mandado de Lula". O próprio presidente tem sinalizado simpatia a este idéia estúpida dizendo que 'oito anos é muito pouco pra fazer tudo que o país precisa'. A bancada fiel ao presidente tem defendido com unhas e dentes como se o destino do país precisasse de mais quatro anos do PT no poder e se isso não acontecer é sinal de destruição iminente.
Só posso afirmar uma coisa, mais quatro anos para Lula é golpe de Estado, um golpe que realizaria as pretensões do plano de poder do PT de perpetuar-se no poder durante 12 anos na figura do Lula, algo só alcançado antes por Getúlio Vargas que permaneceu no poder durante 15 anos no decorrer do Estado Novo (1930-1945). Acredito que o Lula tente construir para si uma imagem tal qual a do Getúlio Vargas que sendo um ditador implacável é visto por muitos como o maior dos 35 presidentes que tivemos.
Lula criticou por demais em 1997 quando o presidente FHC conseguiu aprovar uma emenda à constituição premitindo a reeleição que beneficiava a si próprio cercado por indícios de compra de parlamentares nunca devidamente apuradas. Apesar das robustas críticas, a partir do fim de 2004 Lula não hesitou em lançar-se candidato à reeleição, esquecendo totalmente das críticas feitas ao presidente Fernando Henrique menos de 10 anos atrás. O predecessor de Lula, ao assumir a presidência em 1995 afirmou: 'rasguem tudo que escrevi', Lula deveria ter dito: 'esqueçam tudo que falei'.
Gosto muito de cinema, dentre os filmes de ficção um dos meus prediletos é Star Wars, poderia comparar Lula a Anakin Skywalker, aquela figura que surge praticamente do nada com uma espécie de predestinação de libertar o povo do 'domínio do mal' e trazer o equilíbrio à 'força', mas, ao invés disto, é seduzido pelo poder e muda para o 'lado negro da força' e ao invés de trazer equilíbrio a esta torna-se arauto do obscurantismo e torna-se Darth Vader acho este personagem a cara do Lula.

domingo, 4 de maio de 2008

Marcha da maconha


Aconteceu hoje em diversas parte do mundo a marcha da maconha 2008, passeatas que fazem parte de uma campanha em escala global pela descriminalização das drogas, em especial a maconha. Em todo mundo o movimento foi marcado pela tensão e restrições da manifestação chegando mesmo a descambar para a violência proprieamente dita entre participantes e membros da força policial.
Aqui no Brasil a coisa não foi diferente, principalmente pelo fato de se falar em consumo de drogar aqui é um tabu, todos sabemos que a população brasileira é conservadora, acredito pela herança católica tão forte. Em muitos estado amarcha foi proibida, aqui na Paraíba não foi diferente, o Ministério Público pediu a proibição da manifestação e o Tribunal de Justiça acatou o pedido, estando proibida a marcha da maconha pela mesma ser apologia ao crime, fato tipificado pelo código penal.
Bem, antes de tudo... o consumo de drogas aqui no Brasil não constitui crime, o tráfico sim que é crime. O pedido de legalização das drogas por si só não é crime a meu ver, muito menos apologia ao crime, é apenas um movimento social. Se for assim, temos que proibir as manifestações pró-aborto que tem pipocado em todo país, afinal, aborto também é crime e um movimento que peça por sua descriminalização também constitui em apologia ao crime, o sofisma é o mesmo.
O direito de reunião, liberdade de expressão e opinião são direitos fundamentais expressos na Constituição, desrespeitar direito fundamental é afrontar a base principiológica de nossa lei maior, já que a Constituição é a mais alta das leis de nosso país, restringir um direito expresso nela baseado numa lei inferior não é argumento forte o bastante, por isso que considero um erro (mais um) do nosso TJ ter acatado o pedido do MP para proibir a marcha da maconha sob argumento de apologia ao crime, por este motivo a marcha ainda aconteceu com o título improvisado de marcha pela democracia, afinal, do que vale um Estado democrático de direito se todos não puderem exprimir livremente suas idéias sem censura?


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia do Trabalho


1º de maio, dia do trabalho, um dos únicos feriados em escala global. Muitos comemoram, entretanto, poucos sabem o motivo que levou a hoje em dia o 1º de maio ser feriado. Um incidente ocorrido no dia 4 de maio de 1886 conhecido como revolta de Haymarket, onde uma reinvindicação por redução da jornada de trabalho iniciou um tumulto que vitimou 19 pessoas e feriu uma centena devido à violenta reação da polícia de Chicago.
No Brasil os direitos trabalhistam muito evoluiram durante o Estado novo (1930-1945) onde um governo de cunho totalitário comandado por Getúlio Vargas (1882-1954) com o fim de combater o comunismo e o anarquismo (movimentos que em geral surgem no meio operário) concedeu certos direitos antes desconhecidos do trabalhador para assumir uma postura paternalista, clientelista e deixar as massas mais satisfeitas e frear a possibilidade de uma revolução operária de veia marxista.
Do fim do século XIX até hoje as condições de trabalham melhoraram em muito, mas ainda não o ideal que poderia ser feito para o trabalhador. Atualmente o trabalhador europeu trabalha menos e recebe mais do que a maioria dos assalariados dos outros países, situação não compartilhada por trabalhadores da América Latina, África e Ásia que ainda têm de enfrentar muitas vezes locais de trabalho insalubres, sem as condições recomendadas pelas autoridades de segurança e higiene e ainda tem de se contentar com baixos salários que beiram à miséria ou garantem uma subsistência medíocre.
A exploração dos trabalhadores ainda assemelha-se muito ainda à mais-valia idealizada por Karl Marx (o moço simpático da foto acima), com algumas modificações. Marx foi na minha opinião uma das mentes mais brilhantes que já passaram por esta terra, ele fez com que os trabalhadores finalmente enxergassem que, apesar de massacrados eles poderiam ser senhores e não servos, mas, infelizmente suas idéias foram instrumentalizadas e utilizadas de forma indevida, por sujeitos que queria, mais do nunca escravizxar os trabalhadores numa ditadura brutal.
A invocação feita por Marx em 1848 na frase que encerra o "Manifesto do Partido Comunista" mostra-se mais atual do que nunca: "Trabalhadores do mundo, uni-vos!".

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Estética

Nunca dei muita atenção aos padrões estéticos. Vai ver que era por não me enquadrar muito neles ou pelo fato de sempre ter tido consciência de sua fugacidade e da existência de valores transcendentes que não se esvaiam no tempo como a estética exterior.
Cada dia que se passa vejo uma coisa que muito me preocupa, a banalização dos valores e a ascensão demasiada de valores não tão importantes se comparados com outros. Depois de muito tempo relutando, tive de voltar a fazer algum exercício físico, não por vaidade, mas sim por necessidade já que estava ficando, digamos, muito 'roliço'. Dentre os esportes escolhi um que nunca me identifiquei muito, a musculação, mas, já que era quase uma opção única foi ele o eleito. O que observo quando vou à academia é algo que me preocupa muito adolescentes (meninos e meninas) que mal entraram na puberdade (se é que entraram) iniciando uma espécie de 'culto ao corpo'. Me pergunto: minha nossa, eles deviam barrar pessoas abaixo dos 15 anos para esta atividade física, mas a tal 'liberdade de mercado' sempre acaba atropelando as coisas.
Fico imaginando o que se passa na cabeça desses jovens, se acham que promover um culto à boa forma, modelar bem o corpo é o melhor que eles podem fazer. Por que eles não buscam se destacar entre as pessoas por motivos mais notáveis como a inteligência, o voluntarismo e a bondade para com o próximo? Mas, claro que não, para que exercitar valores nobres se a sociedade apenas consagra valores 'plásticos'?
Vivemos numa sociedade como bem dizia Herbert Marcuse (1898-1979), vivemos numa sociedade de 'via única', onde a única saída é seguir as opções dadas pelo sistema, não acatar uma das opções oferecidas por esta liberdade emulada seria ser excluído pelo sistema e um passo para tornar-se um 'pária' social, como ninguém gosta de ser um exluído e ficar a margem de tudo, a maioria de nós abraça as opções desta falsa liberdade e promove o que eu chamaria de culto à plasticidade.

Superação



O música acima é Ghost Rider do grupo canadense Rush, mas, apesar do nome não há relação com as histórias do motoqueiro fantasma da Marvel Comics (que no original inglês chama-se viajante fantasma, Ghost Rider, e não motoqueiro fantasma). A música retrata um período específico da vida do baterista Neil Peart.
Peart é para mim um exemplo de superação, de vencedor das adversidades. Neil Peart é o baterista do Rush, um dos mais famosos grupos de rock do planeta e também é considerado um dos maiores bateristas de todos os tempos na história da música. Pode-se dizer que Peart tinha quase tudo que um ser humano sonha: fama e reconhecimento pelo que faz, uma família normal, dinheiro...
Mas, como diria Walter Benjamin, o ser humano é voltado para a tragédia. Em 1997 Peart perde sua única filha, Selena, num acidente automobilístico, não obstante a dor causada por esta perda, menos de um ano após a morte da filha, morre também sua esposa Jacqueline Taylor vítima de câncer.
Após estes acontecimentos, Peart mergulha numa profunda depressão, já era de se esperar, perder algo que se considera o mais importante de sua vida num espaço de menos de um ano é um golpe por demais duro. Depois destes acontecimentos Peart dá um tempo em sua carreira musical e passa a viajar sem rumo em cima de uma moto, tal qual a história do Ghost Rider, após andar mais de 10 mil km o próprio Neil afirma ter tido um "Satori" e a partir daquele momento passou a entender o verdadeiro significado da vida e depois desse Satori tentou voltar a sua vida normal.
Contei aqui a história do Neil Peart pelo fato de a considerar um exemplo de superação, de dar a volta por cima de todas as adversidades, de reencontrar a alegria num momento no qual não parecia mais ter sentido viver.
A verdadeira superação é esta, é não precisar provar nada para ninguém, o que importa é provar a si mesmo de sua capacidade de enfrentar adversidades e depois da vitória perceber que se é outra pessoa, mais forte e melhor.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Pequim 2008


Dia 8 de agosto começam os jogos olímpicos, desde a antiga Grécia os jogos olímpicos representavam um período de paz entre os inimigos, um espetáculo de fraternidade entre as nações. Os jogos olímpicos a serem sediados na China este ano envolvem-se em diversas controvérsias, agravadas ainda mais pela crise tibetana a qual arrasta-se desde o início de março.
Além da crise do Tibete, iniciada no aniversário dos 49 anos de ocupação chinesa na região, outros pontos polêmicos sobre estas olimpíadas devem ser tocados.
Antes de tudo a questão da democracia na China. Em outros tempos o COI tinha preferência em realizar os jogos em países que cultivassem a democracia e respeitassem os direitos humanos, isso não foi relembrado na escolha da China como país-sede. Sabe-se que a China vive imersa numa ditadura brutal há quase 60 anos, onde o poder central não demonstra a menor preocupação para com o respeito aos direitos humanos, é comum as denúncias de execuções com tiros na nuca e acusações sem o devido direito de defesa. Lembro-me bem quando da eclosão da guerra civil iugoslava em 1990 a Federação da Iugoslávia foi proibida pelo COI e pela FIFA de participar de qualquer competição esportiva, o mesmo aconteceu com a África do Sul, enquanto durou o regime do Apartheid (1948-1994) a mesma foi impedida de participar de comeptições organizadas por estes entes. Então, se esta proibição de participação a países que vivem em regimes de exceção ou em desrespeitos aos princípios universais dos direitos humanos? A resposta é uma só: lucro. A China caminha em passos largos para se tornar a maior economia do planeta, imagine um mercado consumidor violentamente grande e ávido como o chinês consumindo as olímpíadas representa um lucro de dezenas (ou até milhares) de bilhões de dólares para os cofres do Comitê Olímpico Internacional e empresas ligadas à realização dos jogos.
Então, vemos que uma vez mais o poder do dinheiro cega as entidades de deveriam primordialmente promover o espírito de paz e fraternidade que os esportes deveriam promover e, principalmente as olimpíadas.
Um ministro francês sugeriu pelo imprensa que o governo de seu país promovesse o boicote à abertura dos jogos, que sempre é uma festa de índole política onde comparecem vários chefes de Estado e China tentará mostrar sua grandeza maximizando suas qualidades e ocultando seus defeitos. Dias depois desta sugestão, o ministro volta às câmeras para se desmentir e dizer qu foi mal interpretado, no mínimo deve ter levado um puxão de orelhas do primiro-ministro Nicolas Sarkozy.
Esperos que os atletas não deixem por menos e elaborem protestos contra o governo chinês e contra a ocupação violenta do Tibete. Os atletas já provaram algumas vezes que sabem fazer uso político bem intencionado dos jogos, a prova disto foi nos jogos da Cidade do México em 1968 onde Tommie Smith e John Carlos, dois atletas medalhistas dos EUA, fizeram a saudação "black power", braço estendido com o punho enluvado e fechado, durante a cerimônia de premiação da modalidade em protesto contra o racismo e a situação civil dos negros nos EUA. O Comitê Olímpico Internacional baniu-os dos jogos. Em 2000 em Sidney a velocista de origem aborígene Cathy Freeman protestou contra o desdém de seu país natal em relação a um dos grupos étnicos mais antigos do mundo e ao vencer a prova dos 400m levou ao pódio a bandeira do movimento aborígene.
O primeiro exemplo das possíveis manifestações que podem acontecer deu-se no show que a cantora islandesa Björk realizava em Hong Kong, no meio show onde ela vestia a bandeira do Tibete, durante um solo de guitarra, a cantora grita: "liberdade para o Tibete, viva o Dalai Lama!". Por causa disso a islnadesa foi expulsa do país, mas, veremos quais tipos de manifestações podem acontecer durante os jogos, mas, independentemente de qualquer coisa, torço pela resolução da questão tibetana da melhor forma possível: a liberdade.


Dream Theater- I Walk Beside you




Passo aqui para deixar um vídeo de uma das minhas bandas favoritas e dedico àquela que sempre está ao meu lado, como diz a música...

domingo, 27 de abril de 2008

Pensamento


"Entre os desejos infinitos do homem, os principais são: o desejo de poder e de glória" (Bertrand Russel)

Ser e Tempo

Ser e tempo é a mais famosa e imponente das obras de um dos filósofos alemães mais importante de todos os tempos, Martin Heidegger (1889-1976). Entretanto, não é sobre sua obra que irei falar, até porquê, não entendo muito de fenomenologia.
A idéia para este post surgiu depois de uma visita feita ontem ao meu orientador, além de alguns comentários à minha monografia, conversamos sobre rumos de carreira, ultimamente vivo dividido entre duas linhas que me atraem, a docência e a advocacia, ao que tudo indica, pelo menos por enquanto vou seguir a advocacia até que existam condições para eu seguir a carreira docente. Mas, uma coisa ele me falou que muito mexeu aqui dentro da minha cabeça: Elias, o que você quer ser quando tiver sessenta anos? Você quer ser rico? Quer ser poderoso? Ou quer fazer o quer apenas realizar teus sonhos? Isto me abalou bastante pelo fato de eu não saber quem eu quero ser aos sessenta anos, só sei que não quero me transformar em alguém arrogante ou extremamente ambicioso.
Enquanto dirigia da casa de meu professor para a casa da minha namorada pensei muito sobre isso, não saber de algo relacionado a mim ou algo que desperte minha curiosidade é algo que me importuna muito.
Acho que saber a pessoa que você quer ser aos sessenta anos é uma espécie de planejamento e, com a experiência, aprendi que não adianta planejar pelo fato de estarmos à mercê do acaso, não que eu acredite que todos acontecimentos em nossa vida sejam frutos de um brutal acaso, mas também não creio numa prevalência total da causalidade, acredito que devemos nos esforçar o máximo para fazer as coisas com uma destinação concreta (o papel da causalidade) torcendo para que as circunstâncias nos ajudem, assim sendo, que o acaso cumpra seu papel nos ajudando da melhor forma possível.
Não acredito que vá descobir quem eu quero ser aos sessenta anos quando ainda tenho vinte e dois, descobrir quem eu serei no futuro é algo que só o tempo poderá me dizer, tenho de me esforçar para que ao chegar lá seja algo parecido com o que eu idealizei, mas, para isso, necessito de duas coisas: trabalhar minha essência (Ser, nos dizeres de Heidegger) e Tempo, o senhor de todos os desígnios.


Dedico este post a Agassiz, mestre e amigo.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Summit: Astor Piazzolla & Gary Mulligan


Um dos assuntos que quero abordar com mais frequência aqui no blog é sobre música, não consigo viver sem... acho que foi pelo fato de crescer numa casa onde minha mãe vivia cantando e meu pai não abria mão de no domingo tomar uma cervejinha ou uma dose de uísque ao som do bom e velho Nelson Gonçalves.
Mas, deixemos de papo saudosista e vamos mostrar a que viemos. A foto acima é de um dos discos - na minha opinião - mais geniais da história do jazz, Summit (que alguns países ganhou o título de 'reunión cumbre') gravado por Astor Piazzola, um dos grandes nomes do tango após Gardel e Gary Mulligan, um dos maiores barítonos da história do jazz gravado em Milão em 1974, tem apenas 8 músicas e menos de 40 minutos, mas, é um verdadeiro espetáculo.
Este disco tem uma história muito singular, em 1974 Mulligan ouviu o disco Libertango (uma das obras primas de Astor) e imediatamente quis gravar um disco com o argentino, após os primeiros contatos, cada um compôs uma parte do disco, a partir daí o gênio fortíssimo de Astor começa a se sobressair sobre o de Gary na gravação e produção do disco, ele odiou todas as composições feitas pelo barítono, aproveitando-se apenas uma que acabou saindo no disco que é 'aire de Buenos Aires'.
Durante toda gravação o clima foi muito tenso no estúdio, Piazzolla recalmava pelo fato de Gary não ler partitura e as músicas compostas pelo argentino serem difíceis de se tocar. Entretanto, mesmo com todas estas dificuldades, considero o resultado genial, a música 'Years of Solitude' é uma obra prima, quando escuto o disco não consigo ouví-la uma só vez.
A repercussão do disco na crítica foi variada, por alguns setores foi muito elogiado, por outros rechaçado como uma sobreposição do enorme ego de Piazzolla sobre o espírito criativo de Mulligan, que teria servido como mero acompanhante. De certa forma, não deixam essas críticas de serem um pouco acertadas, mas, mesmo sendo um disco mais de Piazzolla do que de Mulligan, não deixa de ser genial, é calro que se Piazzolla tivesse sido mais maleável o resultado pudesse ter sido melhor ainda, mas, mesmo assim, pra mim é uma das obras primas do jazz contemporâneo ou como o mesmo Piazzolla falava da 'música nova de Buenos Aires' (já que não se classificava sua música como Tango) do século XX.

Para quem tiver interesse em conferir o disco na íntegra, disponibilizo aqui o link para download:
http://rapidshare.com/files/40042569/Astor_Piazzolla___Gerry_Mulligan__Reunion_Cumbre_.rar

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O Caso Isabela e a Imprensa

Não podia deixar de falar do caso que chocou o país e tem inundado a imprensa nos últimos dias, porém, quero aqui dar uma abordagem diferente, sobre o papel que a imprensa vem cumprindo neste caso e mostrar que o assassinato da jovem não é um caso isolado.
É público e notório que foi um crime bárbaro, em especial havendo a condenação do pai e da madrasta como autores do crime (mesmo após o indiciamento só pode-se falar em culpados após a sentença proferido pelo tribunal do júri).
Entretanto, não nos esqueçamos que, apesar de um caso como este não aparecer todo dia na imprensa, não é um caso isolado, em média, a cada dez horas uma criança é assassinada no Brasil e sem merecer sequer uma nota de pé de página num jornal.
Podemos apontar alguns pontos para explicar o motivo do caso de Isabela ter tomado uma dimensão tão grande. Só de ter acontecido em São Paulo faz com que o mesmo tome certa notoriedade, já que várias barbaridades acontecem pelo país a fora e não são conhecidas pelo grande público, outro ponto - para mim o principal - é a classe social onde aconteceu este fato. Por incrível que pareça as classes localizadas no topo da 'pirâmide social' acreditam piamente que a violência é um fenômeno que apenas atinge as 'classes mais baixas' e que sua condição financeiramente mais confortável funciona como uam blindagem ante a crescente violência. Bem se sabe que isto no máximo pode ser considerado um delírio.
Entretanto, o principal ponto a ser tocado por este texto não é o crime em si, mas sim sobre a cobertura do caso oferecida pela imprensa. A imprensa como bem dizia Ruy Barbosa tem um verdaeiro 'compromisso com a verdade', não é o que ue tenho observado nos últimos dias durante a exaustiva cobertura oferecida por alguns veículos de comunicação que chegam a publicar informações de fontes duvidosas, fantasiosas e que em nada contribuem para a elucidação do caso e o mais grave, exploram excessivamente a divulgação do caso apenas com intenção de vender mais exemplares ou disputar alguns pontos extras na audiência e alguns meios de comunicação tem, como sua postura de cobertura tem levado muitas pessoas a promover o julgamento antecipado, isto é uma conduta grave e reprovável.
Posso afirmar que o caso que investiga a morte da menina tem sido transformado em espetáculo pela imprensa e pela população que ainda não tem a devida maturidade para lida com o caso sem se aglomerar ante a delegacia e casa dos personagens da história sem criar tumultos ou condenando, ato que só a justiça pode fazer, antes mesmo do início do julgamento.

quarta-feira, 23 de abril de 2008













Esta Imagem é simplesmente umas das mais antológicas cenas do cinema em todos os tempos. A presente cena está no filme "Os Dez Mandamentos" (EUA: 1956, The Ten Commandments) uma obra prima do diretor Cecil B. DeMille (1881-1959). Nesta cena Moisés - interpretado magistralmente por Charlton Heston (1923-2008) - abre o Mar Vermelho para que o povo Hebreu atravesse-o e deixe 400 anos de escravidão definitivamente.
Assisti este filme esta semana, após achá-lo entre os dvds do meu tio na casa do meu avô durante um almoço de família para comemorar os 93 do último.
Este filme me fez refletir sobre várias coisas, não necessariamente nesta ordem: lei, liberdade, política, religião, Deus...
O Judaísmo é a mais antiga das religiões monoteístas tendo uma história de mais de 5 mil anos e teve como remoto fundador Abraão. O interessante é que a duas outras grandes religiões monoteístas do mundo (cristianismo e islamismo) também reconhecem Abraão como patrica além de partilharem de figuras comuns no panteão de grandes nomes (Abraão, Noé, o próprio Moisés e alguns profetas).
Assistir este filme me fez de uma conversa tida algumas semanas atrás do departamento de filosofia da UFPB, uma professora espanhola - a qual não recordo o nome neste momento - fez um comentário interessante ao falar de política e religião: a Igreja Católica não tem um projeto político definido, ao contrário do judaísmo, este sim tem um projeto político terreno definido, ao contrário do catolicismo, que apenas possui projeto político metafísico em tese.
Tenho de concordar, diferentemente da religião católica, o judaísmo tem um projeto político bem definido, inclusive, no judaísmo política e religião sempre confundiram-se desde sua gênese.
A partir da aliança com Abraão a história do judaísmo toma uma conotação extremamente política, ou, se preferirem, teológico-política já que a política judaica tem uma conotação de continuação dos desígnios divinos.
Aliás, falando em judaísmo, a ciência jurídica deve muito a esta religião, o sistema jurídico (assim como grande parte dos valores da sociedade ocidental) sofreu muita influência desta religião que tem entre seus grande nomes (o próprio Moisés) um grande legislador.
Outra questão levantada pelo filme é a questão da liberdade, isto me faz pensar: somos realmente livres? Ou a liberdade é uma mera concessão relativa feita pelo Estado, que na verdade nos controla de uma forma tão total que até mesmo decide o quanto podemos ou não ser livres?
A problemática do Estado e da liberdade é muito complexa, costumo relacionar o nascimento deste com a violência e a propriedade privada, afinal, sem estes elementos, nunca poderia o Estado alcançar um desenvolvimento tão pleno e longevo como o que tem alcançado até hoje. Uma das principais características do Estado é possuir a legitimidade de manusear a violência sem incorrer em crime (fora nos casos de abuso de poder), ou, como diria Walter Benjamin, a violência institucional que mantem o direito e demais instituições dele derivadas.
A propriedade privada proporcionou a diferenciação social entre detentores e não detentores e ao mesmo tempo, trasnformou o seus detentores em quase que monopolizadores do poder político.
Após essa digressão (que acabou se estendo mais do que devia) a questão principal é esta: estamos submetidos a vários sistemas; Estado, religão, direito, sociedade, dentre outros; e com a preponderância de algumas idéias em relação a outras, no meio deste turbilhão de idéias, madamentos e normas de conduta podemos afirmar que somos realmente livres, iguais e fraternos?

Início ou um enterno retorno?

Depois de um tempos afastado de blogs (como autor de textos), decidi voltar uma vez mais a este universo onde nos propomos a expor o que pensamos a um 'pluriversum' de pessoas.
Não me perguntem de onde surgiu o título para este blog, até porquê não saberia explicar direito. Só sei que estava tentando criar um novo blog, como já havia alguém que usava meu nome como endereço (pondo abaixo a minha doce ilusão que haviam bem poucos 'Luiz Elias' no mundo), comecei a pensar nos mais varidos nomes: palíndromo, autopoiesis... ao fim cheguei ao nome de sinapse dispersa, mas como ele surgiu?
Lembrei das velhas aulas de biologia, onde tentamos aprender como a vida funciona (levei algum tempo pra saber que ninguém consegue explicar direito ela, embora muitos tentem) que todas as atividades do sistema nervoso aconteciam por meio de uma parada muito sinsitra chamada sinapse, que a transmissão de impulsos elétricos de um neurônio ao outro, daí que vem o nome, este blog se destina a ser o registro das minhas mais dispersas sinapses.