terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Demagogia com o charme de Karl Marx e a camisa de Che...

Participantes do Fórum planejam "outro mundo", mas lucram com o atual
Mesmo com o objetivo declarado de "libertação do mundo do domínio do capital", tem muita gente fazendo caixa com o Fórum Mundial Social, que começa nesta terça. Nem que seja para pagar os custos de viagem até Belém.
Como um grupo de uruguaias estudantes de sociologia que viajou de carona até o Pará. Elas estão vendendo saias que fizeram por R$ 35 e R$ 45 para bancar o verão no Nordeste brasileiro. "Queríamos chegar aqui para as discussões, mas depois é praia", sintetiza Cecília Etchevers diante de um varal com seus produtos na entrada da Universidade Federal Rural da Amazônia, uma das sedes do evento que reúne pensadores de esquerda do mundo inteiro.
Já Antônio Carlos Martins, de Ribeirão Preto (SP), trouxe 500 camisetas com frases de poetas, músicos e filósofos. Este é o quinto Fórum Mundial que leva suas mercadorias. "Bom mesmo é esses congressos de humanas. Já fui a encontro de medicina e veterinário, mas não vende." Ele conta que entrou ramo como bico e virou profissão - ele sabe mais o calendário acadêmico que muito professor universitário.Entre as camisetas que vende por R$ 15 há uma com frase do poeta português Fernando Pessoa ("Tenho em mim todos os sonhos do mundo") e outra com letra da música jamaicano Bob Marley ("Há pessoas que amam o poder, outras que têm o poder de amar"). "O pessoal de história, filosofia e letras é mais sensível e gosta dessas coisas", define Martins.Mas a diversidade de produtos não para nas roupas e botons com lemas de esquerda. Índios paraenses vendem brincos e colares com penas de pássaro por R$ 15 para os visitantes. E são a mania dos europeus em Belém com suas tatuagens com jenipapo, por R$ 5. Outro serviço é alugar bicicleta em tenda de cicloativista. "O preço aqui é pela cara do cliente", já, de cara, explica o atendente ao lado do acampamento dos estudantes.Alguns dissidentes do movimento estudantil montaram um bar, vendendo cerveja por R$ 2,50, mas logo a proibição de álcool na área barrou as intenções. Já Gaspar Lima cuidava de uma barraca de produtos hippies, mas também com souvenires locais, como uma bolsa com imagens do Estado e a frase "Eta Pará Pai D`Égua", expressão típica da região.
As barracas de comida local também invadiram o Fórum. Os barraqueiros começaram no Fórum Mundial Ecumênico, passaram ao Fórum Mundial de Educação e finalmente se instalaram na versão original, oferecendo maniçoba, pato no tucupi e tacacá por preços abaixo dos R$ 6.O Fórum prevê um espaço para a chamada "economia solidária", com troca de produtos e serviços. Também na agenda estão várias palestras e mesas-redondas para comentar a crise global que o capitalismo vive. Mas enquanto planejam "um outro mundo possível" (lema do encontro), os participantes do Fórum vai lucrando no atual.
(*) Rodrigo BertolottoDo UOL NotíciasEm Belém (PA)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Obama: o início

Quebro uma vez mais minha promessa de não escrever sobre o Barack Obama, mas, já que ele é a bola da vez, deixe-me voltar atrás e tirar uma casquinha dele também...
EU nunca tinha visto uma cobertura tão ampla de uma eleição para presidente dos EUA, mesmo o escândalo das eleições da Flórida em 2000 - quando não se sabia quem seria o próximo presidente do país mais poderoso do mundo - não chega nem perto da ampla e completa cobertura que foi dada a eleição do ano passado onde Barack Obama vendeu o republicano John McCain.
Após a vitória, um 'sopro de esperança' tomou conta da imprensa, uma onda de euforia com a eleição do primeiro presidente negro de um país onde até 40 anos atrás, eles não podiam votar. Todo dia havia manchetes sobre o presidente eleito e a composição da equipe que estaria trabalhando com ele na casa branca a partir de janeiro de 2009.
Desde John F. Kennedy não se via algo parecido, tanta popularidade de uma presidente estadunidense, Obama foi fenômeno inexplicável até fora de seu país.
Passada a posse, vamos aos trabalhos e, na minha opinião, Obama começou bem, determinando o fechamento da prisão de Guantánamo e suspendendo todos os julgamentos dos acusados de terrorismo pelo prazo de 120 dias.
O começo não poderia ser melhor, fechar o local o que foi um dos maiores alvos de críticas ao governo George W. Bush (2001-2009) por parte de grupos ativistas de direito humanos e por vários juristas, dentre eles, o comentário mais interessante que achei foi o do filósofo italiano Giorgio Agamben, segundo o mesmo, a prisão de Guantánamo era um local onde a 'vida nua' atingia seu ápice e ficava evidente a preponderância do paradigma do Homo Sacer na sociedade pós-moderna, uma fábrica de seres inexistentes para o direito, sem direito sequer aos benefícios do estatuto dos prisioneiros de guerra da convenção de Genebra.
Por outro lado, acredito que ele incorreu num grave erro ao desfazer um ato de George W. Bush e fomentar instituições 'pró-aborto'.
Na minha opinião, o Estado não pode tomar uma postura de incentivar a matança e promover o controle de natalidade por meio de uma mortandade em massa como é a questão do aborto. Com tantos métodos contraceptivos eficientes, qual a justificativa para o cometimento do aborto? Acredito também que o aborto deve ser uma última ratio e em casos extremos, como por exemplo, estupro (como prevê nossa legislação), a necessidade para conservação da vida da mãe ou o caso dos fetos anencefálicos (que apesar de não ser regulado pela nossa legislação, começa a formar-se um entendimento jurisprudencial sobre a possibilidade da interrupção da gravidez nesses casos em nome do princípio jurídico da dignidade da pessoa humana).
Por fim, acho que Obama cometeu um grave deslize ao tomar essa decisão sem uma maior reflexão e, de plano, condenar à morte vários inocentes que, apesar de terem sido concebidos sem responsabilidade, lhes é negado o supremo direito à vida.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Israel: terrorismo regido pela lei mosaica.

Desde o final do ano passado estou abismado com o que vem acontecendo na Palestina e o interminável derramamento de sangue (principalmente do lado árabe).
Muito me admira que Israel, um Estado surgido dos escombros do holocausto judeu na II Guerra Mundial, aplique aos palestinos tratamento semelhante ao que receberam os judeus europeus durante o governo de Adolf Hitler (1932-1945).
A verdade, que quase ninguém tem coragem de falar, é que Israel não passa de uma organização terrorista com muito dinheiro para gastar e exércitos bem treinados.
As atitudes israelenses são análogas a dos grupos que tentam combater, vitimando alvos civis, nenhum respeito ao direito de guerra, dentre outras atrocidades que muitas vezes não chegam sequer ao conhecimento da imprensa.
Hipocrisia maior ainda é Israel receber apoio de muitos países, tal como os EUA que prestam endosso incondicional a todos os atos execráveis cometidos por Israel a título de 'medidas de segurança', isto é inaceitável.
Absurdo também é a postura da ONU que não consegue se impor nem ao menos para o estabelecimento de ajuda humanitária na região que é impossibilitada pelo exército israelense.
De que serve o 'poderoso' conselho de segurança? Por certo para garantir intervenções militares onde existam riquezas a serem dilapidadas, tais como no Kosovo que, por trás da intervenção 'humanitária' de 1999, na realidade existiu a tentativa de preservação dos US$ 5 bilhões em minérios existentes no subsolo de lá.
A bem da verdade, o povo palestino não a quem recorrer, a não ser rezar a Deus para sair vivo dos brutais ataques do terrorismo oficial do Estado de Israel.