segunda-feira, 19 de maio de 2008

Inclusão

Inclusão, seja ela de qualquer tipo, sempre foi um tema que muito me preocupou, nos últimos dois anos em especial.
Nossa sociedade é um tipo muito cruel de organização, qualquer motivo é usado para promover a exclusão: cor da pele, idade, escolaridade, físico dentre outros. Isto não deveria acontecer...
Imagine uma situação hipotética extremamente ridícula... suponhamos que ao invés de uma forma humanóide nós fossemos bolhas cinzas parecidas com os fantasmas de desenhos animados, todos os habitantes do planeta seriam totalmente iguais sem nenhum diferença exterior, entretanto, ainda seríamos essencialmente diferentes. O que nos torna diferentes uns dos outros não é o exterior, a forma, e sim o interior, conteúdo isto é o que nos torna as pessoas diferentes e ao mesmo tempo aproximam a mesmas. Acho fascinante o fato de uma pessoa intelectual poder ser amiga de um simplório vendedor ambulante, um vascaíno poder ser amigo de uma pessoa que é ao mesmo tempo flamenguista, aí que está a beleza da vida, a capacidade de as diferenças serem conciliadas.
Atualmente vemos políticas de todos os tipos com o fim de promover integração entre as diferentes partes da sociedade. Apesar de algumas vezes estas políticas estarem bem intencionadas, acabam caindo na mais pura demagogia.
Apenas dar dinheiro todo mês a uma pessoa pobre resolve o problema da concentração de renda? Apenas estabelecer uma cota para ingresso de negros nas universidades resolve o problema discriminação? Obrigar a reserva de vagas em concursos públicos resolve o problema da discriminação contra os deficientes? Acredito que não.
O grande problema da exclusão/ inclusão é que as pessoas não param para pensar que mesmo que pessoa não tenha braços, não tenha pernas, não ande, tenha a pele escura, seja pobre ou seja idosa não a torna necessariamente diferente do resto das pessoas que têm o exterior um pouco diferente.
Por acaso estas pessoas ditas como 'diferentes' não sentem dor? Se presenteadas elas não irão gostar? Se elogiadas não não se sentirão bem? Se ferias elas não sangrarão? Então, porquê taxá-las como diferentes se na realidade somos todos iguais?
No momento em que todos perceberam que as limitações ou diferenças não importam muito e que na essência todos são pessoas e todos são iguais acabarão estas barreiras tão grandes que existem atualmente dentro da sociedade entre 'inclusos' e 'exclusos'.

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