domingo, 11 de maio de 2008

Biocombustíveis


Como visto nesta foto, a 'onda amarela' invade a Europa, em vários países vários agricultores estão deixando de plantar alimentos para plantar Canola e com subsídios do governo. A canola é um vegetal do qual pode-se extrair óleo com propriedades energéticas, ou seja, um biocombustível tal qual a cana de açúcar, por este motivo vários países europeus estão começando a incentivar os produtores rurais a plantar canola em detrimento do trigo ou de outros alimentos, só eles não querem ver que este é um dos motivos da crise de oferta e alta do preço de alimentos e como os países da 'grande' Europa não costumam admitir os erros que cometem, trataram de achar um bode expiatório, seja ele o nosso biocombustível.
O biocombustível europeu é muito mais danoso que o brasileiro. Aqui não incentivos governamentais extras para que se plante cana, canola, mamona ou qualquer outro vegetal com fins energéticos ao contrário do que acontece na União Européia, a França (um dos maiores produtores rurais do continente) vem pagando quase 1000 Euros por hectare cultivado de canola além do preço da produção que parcialmente ou totalmente comprada pelo governo, outra prática danosa aos alimentos é a políticas de alguns países que pagam para os agricultores deixarem a terra ociosa, ou seja, onde anos atrás onde platanva-se trigo e outras espécies de alimento na Europa atualmente planta-se canola ou não se planta nada.
Ao contrário, aqui no Brasil, a produção de alta produtividade (agrobusiness) e até mesmo a agricultura de menor porte sempre foi incentivada, nunca houve incentivos para ociosidade agrícola, ao contrário, as terras ociosas são monitoradas pelo INCRA para sua possível destinação à reforma agrária, pela alta competitividade dos produtos agrícolas cultivados aqui nunca precisamos impor subsídios ou barreiras protecionistas tal como fazem EUA ou União Européia.
Como se falar de livre comércio se os maiores defensores deste tal livre comércio são os maiores criadores de barreiras alfandegárias e criadores de subsídios para barrar a entrada de produtos estrangeiros em seus mercados? É um discurso pra lá de demagógico.
É aí que situo o miolo da crise de alimentos, na práticas protecionistas e barreiras alfandegárias dos países ricos (EUA, Canadá e União Européia) e o incentivo à produção de combustível para carro ao invés de produzir alimento que começa a ficar muito caro e não é todo mundo que ganha US$ 40 mil anuais como os habitantes dos países da UE, nesta crise em nome do biocombustível quem acaba prejudicado são os africanos que não dispõem de meios modernos da agricultura européia, nem a alta produtividade da agricultura brasileira e voltam a ser assolados pelo fantasma da fome.
Para mim, esta é a crise do orgulho europeu que não pode conceber produzir alimentos e depender do biocombustível de uma 'ex-colônia' ou crise da coragem em derrubar as proteções e subsídios aos agricultores europeus que com a crise alimentar nunca lucraram tanto.

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns! Concordo plenamente com o que você escreveu. Seu texto ficou muito atual e com ideias concisas.