Ah, França! Terra das liberdades, lá nasceu o projeto da soberania popular e a sociedade que viríamos a conhecer como moderna.
A França se notabilizou por muito do que chamamos de cultura nos dias de hoje. Foi lá, por meio da revolução francesa, que ideais de liberdade igualdade e fraternidade espalhariam-se pelo mundo e que, ainda nos dias atuais, mais de 200 anos após a queda da bastilha, tais princípios são bases conceituais de inúmeros Estados (inclusive o Brasil).
Contudo, nos últimos anos, vários fatos que chamar de 'feios' têm manchado na minha opinião a imagem francesa e desonrando o passado de lutas pelas clássicas liberdade: que todos os homens seriam livres, todos eles seriam iguais, independentemente da posição social a qual ocupassem e haveriam ações no sentido de assegurar conquistas humanas para o alcance da felicidade humana. Os fatos que relaciono aqui como ofensivos ao passado francês são a proibição de símbolos religiosos e, mais recentemente, a expulsão de ciganos (roms) do território francês para que os mesmos fossem levados para a Romênia.
O Art. 1º da Constituição da V República Francesa de 1946 afirma que "A França é uma república indivisível, laica, democrática e social. Ela assegura a igualdade perante a lei de todos os cidadãos sem distinção de origem, de raça ou de religião. Ela respeita todas as crenças. Sua organição é descentralisada" (La France est une République indivisible, laïque, démocratique et sociale. Elle assure l’égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d’origine, de race ou de religion. Elle respecte toutes les croyances. Son organisation est décentralisée).
Ora, como dizer que todos são igual independentemente de suas origens, que há o respeito a todas as crenças, democrática e não há qualquer tipo de religião se hoje, neste maravilhoso país não se pode expressar livremente seu credo com os símbolos a eles inerentes e, mais grave ainda, o governo vem expulsando cidadãos de uma cultura europeia vista como "indesejada", logo na França, terra da diplomacia, dos direitos dos homem e do cidadão onde, tradicionalmente, houve o acolhimento massivo de exilados políticos, que rumo a França está tomando.
Tudo começou há cerca de 2 anos quando se começou com propostas de banir das escolas francesas todo e qualquer símbolo religioso, sem distinção, de crucifixos a solidéus, ressaltando que os alunos os quais insistissem com a utilização de tais instrumentos seriam expulsos. A justificativa de tal projeto seria o de que tal proposição enquadraria-se com a ideia de Estado laico nascida França revolucionária pós-1789.
Verdade que a França tem um acentuado sentimento de laiscisão, sendo o primeiro Estado que preconizou a separada ação o Poder Espiritual do Poder Temporal, contudo, no mínimo é uma hipocrisia dizer respeitar todos os credos e proibir sua livre manifestação, afinal, quem tem que ser neutro em relação à religião é o Estado e não seus cidadãos, sendo que todos têm direito de ter alguma (ou até nenhuma) religião e expressa-la, desde que não venha, com tal manifestação ferir o direito alheio.
Pode-se localizar tal iniciativa de proibição de símbolos religiosos (que já implicou na expulsão de vários jovens de escolas francesas) como uma tentativa de, ao meu ver, frear a expansão do islã na sociedade - fato este que é preocupante em vários países da União Europeia tais como a própria França, Alemanha e Inglaterra - todavia, o governo francês foi o único que 'teve coragem' de tomar uma medida mais drástica contra símbolos religiosos que, obviamente volta-se contra a comunidade muçulmana.
Outro ponto que, definitivamente, me chocou e enojou foi a divulgação que o governo de Sarkozy está a expulsar dezenas de roms (diminutivo de Romanis ou ciganos, grupo étnico indo-europeu apátrida que constitui uma das principais questões étnicas não resolvidas em território europeu desde a I guerra mundial (1914-1918).
Apesar do governo de direito da França sustentar a posição cínica de que é apenas uma política normal e que é o país que mais respeita o direito dos estrangeiros, não passam tais medidas de um verdadeiro 'racismo de Estado', postura esta que desrespeita toda e qualquer regra da própria União Europeia a qual tem como um de seus fundamentos mais básicos a livre circulação de pessoas.
Essa política vergonhosa atraiu imensa repercussão e publicidade negativa aos 'pais da sociedade ocidental'. O anúncio da deportação gerou protestos da sempre atuante esquerda francesa, das Nações Unidas, do Comissário da União Europeia para Justiça e Direitos Fundamentais e até mesmo da Santa Sé (no último domingo na benção urbe et orbi, Bento XVI ressaltou - num discurso em francês - que os princípios éticos e cristãos convidam-nos a acolher pessoas de todas as culturas e línguas rumo à fraternidade universal).
Bem, com todas essas ações nauseabundas, a única coisa que podemos dizer é: França, quem te viu (liberdade, igualdade e fraternidade), quem te vê (preconceito, segregação e xenofobia).
A França se notabilizou por muito do que chamamos de cultura nos dias de hoje. Foi lá, por meio da revolução francesa, que ideais de liberdade igualdade e fraternidade espalhariam-se pelo mundo e que, ainda nos dias atuais, mais de 200 anos após a queda da bastilha, tais princípios são bases conceituais de inúmeros Estados (inclusive o Brasil).
Contudo, nos últimos anos, vários fatos que chamar de 'feios' têm manchado na minha opinião a imagem francesa e desonrando o passado de lutas pelas clássicas liberdade: que todos os homens seriam livres, todos eles seriam iguais, independentemente da posição social a qual ocupassem e haveriam ações no sentido de assegurar conquistas humanas para o alcance da felicidade humana. Os fatos que relaciono aqui como ofensivos ao passado francês são a proibição de símbolos religiosos e, mais recentemente, a expulsão de ciganos (roms) do território francês para que os mesmos fossem levados para a Romênia.
O Art. 1º da Constituição da V República Francesa de 1946 afirma que "A França é uma república indivisível, laica, democrática e social. Ela assegura a igualdade perante a lei de todos os cidadãos sem distinção de origem, de raça ou de religião. Ela respeita todas as crenças. Sua organição é descentralisada" (La France est une République indivisible, laïque, démocratique et sociale. Elle assure l’égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d’origine, de race ou de religion. Elle respecte toutes les croyances. Son organisation est décentralisée).
Ora, como dizer que todos são igual independentemente de suas origens, que há o respeito a todas as crenças, democrática e não há qualquer tipo de religião se hoje, neste maravilhoso país não se pode expressar livremente seu credo com os símbolos a eles inerentes e, mais grave ainda, o governo vem expulsando cidadãos de uma cultura europeia vista como "indesejada", logo na França, terra da diplomacia, dos direitos dos homem e do cidadão onde, tradicionalmente, houve o acolhimento massivo de exilados políticos, que rumo a França está tomando.
Tudo começou há cerca de 2 anos quando se começou com propostas de banir das escolas francesas todo e qualquer símbolo religioso, sem distinção, de crucifixos a solidéus, ressaltando que os alunos os quais insistissem com a utilização de tais instrumentos seriam expulsos. A justificativa de tal projeto seria o de que tal proposição enquadraria-se com a ideia de Estado laico nascida França revolucionária pós-1789.
Verdade que a França tem um acentuado sentimento de laiscisão, sendo o primeiro Estado que preconizou a separada ação o Poder Espiritual do Poder Temporal, contudo, no mínimo é uma hipocrisia dizer respeitar todos os credos e proibir sua livre manifestação, afinal, quem tem que ser neutro em relação à religião é o Estado e não seus cidadãos, sendo que todos têm direito de ter alguma (ou até nenhuma) religião e expressa-la, desde que não venha, com tal manifestação ferir o direito alheio.
Pode-se localizar tal iniciativa de proibição de símbolos religiosos (que já implicou na expulsão de vários jovens de escolas francesas) como uma tentativa de, ao meu ver, frear a expansão do islã na sociedade - fato este que é preocupante em vários países da União Europeia tais como a própria França, Alemanha e Inglaterra - todavia, o governo francês foi o único que 'teve coragem' de tomar uma medida mais drástica contra símbolos religiosos que, obviamente volta-se contra a comunidade muçulmana.
Outro ponto que, definitivamente, me chocou e enojou foi a divulgação que o governo de Sarkozy está a expulsar dezenas de roms (diminutivo de Romanis ou ciganos, grupo étnico indo-europeu apátrida que constitui uma das principais questões étnicas não resolvidas em território europeu desde a I guerra mundial (1914-1918).
Apesar do governo de direito da França sustentar a posição cínica de que é apenas uma política normal e que é o país que mais respeita o direito dos estrangeiros, não passam tais medidas de um verdadeiro 'racismo de Estado', postura esta que desrespeita toda e qualquer regra da própria União Europeia a qual tem como um de seus fundamentos mais básicos a livre circulação de pessoas.
Essa política vergonhosa atraiu imensa repercussão e publicidade negativa aos 'pais da sociedade ocidental'. O anúncio da deportação gerou protestos da sempre atuante esquerda francesa, das Nações Unidas, do Comissário da União Europeia para Justiça e Direitos Fundamentais e até mesmo da Santa Sé (no último domingo na benção urbe et orbi, Bento XVI ressaltou - num discurso em francês - que os princípios éticos e cristãos convidam-nos a acolher pessoas de todas as culturas e línguas rumo à fraternidade universal).
Bem, com todas essas ações nauseabundas, a única coisa que podemos dizer é: França, quem te viu (liberdade, igualdade e fraternidade), quem te vê (preconceito, segregação e xenofobia).